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O que você vai ver neste post:

 

Experiência adquirida

Sou professor de Física há mais de 18 anos e consultor em Tecnologias Educacionais há mais de 8 anos, por experiência própria, bem como por relatos coletados de colegas também professores, sei que no início das nossas carreiras nos preocupamos em desenvolver aulas e atividades com uma qualidade maior. É também no início das nossas carreiras que estamos mais abertos a receber e aceitar os conselhos que nos são dados. Com o passar do tempo, as adequações necessárias para uma determinada aula ou atividade que desenvolvemos chegam a um modelo que “funciona”. Perceba estas aspas em volta do termo funciona. Esta aula ou atividade “funciona” tanto para o professor, quanto para a escola, porém eu demorei muito tempo para me questionar se estas atividades realmente funcionassem para os alunos. Não creio que funcione para os alunos.

Enfim, apenas continuando com a lógica, mas retornarei a este ponto mais à frente. A partir deste ponto sinto que emolduramos esta receita de boa prática e a penduramos nas nossas paredes do salão da experiência profissional. Ouso dizer que alguns preferem mesmo é guardar estas receitas cofres que dificilmente serão reabertos. Passamos os professores passam a reproduzir estas atividades sem mais se questionar sobre a sua real qualidade, ficando claro para si que já funcionou antes, já passou por adequações antes, portanto funcionará sempre.

 

Localizando um problema

O motivo de ter colocado este relato pessoal/profissional aqui é que algumas propostas de metodologias vêm sendo pensadas e apresentadas como inovadoras. Em minha opinião profissional (e pessoal, também), de uma forma positiva, há a necessidade de se questionar e de se reavaliar a todos os instantes dos nossos trabalhos dado o contexto de intensa atualização tecnológica em que vivemos.

Por outro lado, me desperta muito a preocupação com relação às condições reais de trabalhos dos professores no Brasil. Não creio que exista tempo hábil, e muito menos energia, para que este processo de reavaliação aconteça. Não estou nem questionando a possibilidade da parte pedagógica das escolas concordarem ou não com novas propostas de ensino, apenas colocando a real dificuldade de ter tempo para todo o processo de criação de novos projetos. Uma evidência que posso usar a favor deste argumento é que vemos poucas iniciativas criativas acontecendo.

 


Manter-se na inércia da ação “garantida” é a garantia de cumprir minimamente com as funções obrigatórias.


 

A ausência de abordagens práticas que sejam adaptáveis ao contexto de trabalho dos professores faz com que poucos se aventurem por novas atividades práticas. Primeiro por estarmos nos expondo ao risco de errar, e sinceramente, ninguém gosta de ter esta sensação, por mais que saibamos que o ato de errar é essencial para o processo de aprendizagem. Segundo, por não estarmos acostumados e muito menos motivados para tentarmos o novo.

Quando o sucesso de uma ideia nova acontece, a escola acerta, os alunos ganham, mas os professores não são reconhecidos pelos resultados benéficos que suas ações produziram. Se o sucesso não acontece, os professores perdem um pouco da moral que existia no início da proposta e muitos serão orientados a não proporem mais estas “ideias tão mirabolantes”, afinal não se podemos falhar desta forma, não é, professores? #Ironia

Como resolver tal situação?

Pensando nisto, me lembrei de que os melhores exemplos e práticas que utilizei, e ainda utilizo, em sala de aula vieram não das minhas próprias mãos, mas compartilhadas com outros colegas de trabalho, que foram discutidas, questionadas e adaptadas em conversas informais que aconteceram com amigos de profissão durante encontros de bate-papo, desses de finais de semana, para almoçar ou tomar um café da tarde com amigos mais próximos.

Ah, mas o momento atual não permite que nos encontremos, e agora?

 

Compartilhar é parte da solução

Sinceramente, não sei se obtive a melhor resposta, mas tenho certeza de estar fazendo algo novo. Com tudo isso em mente, desenvolvi um projeto chamado MakerZine, que é um site para que professores possam compartilhar seus projetos com outros professores. A ideia inicial foi que se existissem mais grupos de trocas de práticas pedagógicas, talvez estes problemas fossem reduzidos e os professores poderiam se sentir mais confiantes e confortáveis em avaliar, repensar, propor e readequar suas práticas pedagógicas.

 


Não acredito que a educação tenha uma única solução, mas tenho certeza de que compartilhar práticas pedagógicas é parte inquestionável dela!


 

Bate-papo sobre alternativas

 


Caso queira saber mais sobre compartilhar, fica a sugestão de leitura: “PC Educacional: 22 sugestões para não gastar NADA com programas


 

Pronto.

Se você tem uma atividade, plano de aula, metodologia, ou qualquer outra prática pedagógica que tenha gostado, compartilhe com outros professores. Compartilhar nos fortalece, mas principalmente, fortalece nosso grupo!

Abraços e sucesso para nós!

Prô. Rodrigo Terra.

 

Crédito pela imagem em destaque: Travel vector created by freepik – www.freepik.com


Como referenciar este post: Compartilhar práticas pedagógicas é parte ESSENCIAL da solução. Rodrigo R. Terra. Publicado em: 31/7/2020. Link da postagem: (http://www.makerzine.com.br/educacao/compartilhar-praticas-pedagogicas-e-parte-essencial-da-solucao/).


Este post tem 2 comentários

  1. Avatar
    Elaine Nogueira

    Show, Rodrigo. Tenho acompanhado suas postagens no Facebook e aqui. Adorei a proposta sobre compartilhamento. Sou professora do ensino fundamental l e me interesso por tecnologias educacionais e novas metodologias.

    Muito obrigada por compartilhar e parabéns pela iniciativa do Makerzine.🤩😉

    1. Prô Terra
      Prô Terra

      Fiquei muito feliz com sua mensagem, Elaine.
      Deixo aqui o convite, caso queira compartilhar suas práticas no MakerZine!
      A ideia é exatamente essa, quanto mais professores compartilham, mais se beneficiam.
      Abraços e sucesso para nós!

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